ISO – a sigla ISO representa uma organização não-governamental fundada em 1947 e a maior desenvolvedora mundial de padrões internacionais da maioria das áreas do mercado tecnológico, indústrias e negócios em geral. Tem enquanto principal objetivo estabelecer a normatização de produtos e serviços, de modo a promover sua melhoria constante.
A expressão ISO 9000 estabelece um grupo de normas técnicas que define a gestão da qualidade para organizações em geral, auxiliando-as a serem mais eficientes e a promoverem satisfação efetiva dos consumidores. A série de normas ISO 9000 apresentava, inicialmente, estrutura similar à norma BS 5750, principal referência na época. Para sua construção, a International Organization for Standardization utilizou, além da referida norma britânica, outras importantes normas utilizadas na área da defesa militar Americana, as conhecidas “MIL SPECS”.
ISO 9000 – Breve histórico de publicações:
Em 1987 a ISO publicou sua primeira versão do modelo técnico em gestão da qualidade, a ISO 9000, tema este que será aprofundado a partir de agora.
Nesta época, o Brasil vivenciava os conceitos de Níveis de Qualidade Aceitável (NQA) para fornecedores, ou seja, havia a aceitação de um percentual de itens defeituosos na totalidade de sua aquisição, momento este em que sequer existia o próprio Código de Defesa do Consumidor, direito básico representando um padrão mínimo de qualidade, sendo este editado apenas após a Constituição de 1988.
Na versão de 1994 houve a primeira revisão da série ISO 9000, sendo percebido maior direcionamento para as práticas que garantiam a qualidade nos processos de produção. Neste período, o Brasil vivenciou um dos melhores momentos da Engenharia da Qualidade, através do uso de ferramentas estatísticas, demonstrando evolução sistemática em termos de qualidade. Nesta versão, para muitas organizações, implantar a ISO 9001:1994 significou a oportunidade de “manualizar tudo”, ou seja, criarem seus manuais de “Boas Práticas”.
Pensando em evolução e melhoria constante, mesmo estando este estágio maduro, chegou-se o bug do milênio e, com ele, a versão ISO 9001:2000.
A revisão que trouxe maior impacto foi esta versão, ISO 9001:2000, devido à mudança de enfoque provocada pela introdução do gerenciamento de processos, exigindo o envolvimento da gestão, mas, principalmente, pela introdução do foco no cliente. Uma mudança no entendimento da estrutura, operação e controle da gestão. “Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar e gerenciar diversas atividades interligadas”.
Este foi o período mais longo de adequação, sendo necessários 3 anos para que as organizações pudessem se estruturar, adquirir conhecimentos e mudar seu modelo atual de gestão para o novo modelo de gestão por processos.
Na versão editada em 2008, a ISO 9001:2008 teve em sua atualização a caracterização de, basicamente, um conjunto de esclarecimentos relacionados à versão anterior, apresentando, principalmente, o conceito de exclusões e permitindo que requisitos não aplicáveis devido às características das organizações fossem excluídos, desde que justificáveis, garantindo o caráter genérico da norma e sua aplicabilidade em qualquer contexto organizacional.
Portanto, até 2015, o Brasil e todos os países membros da ISO experimentaram, vivenciaram e amadureceram seus sistemas de gestão por processos, com ganhos de produtividade, eficiência e eficácia para obtenção da tão sonhada competividade nacional e internacional.
A revisão da norma introduz um conceito que permite às empresas certificadas alcançarem um novo nível de maturidade.
Então, em setembro de 2015, após a publicação da última versão desta importante e tão utilizada norma, a ISO 9001:2015 foi revisada de modo a trazer uma alteração branda enquanto estrutura e substancial em conceitos, com novos desafios para todos os tipos de negócios, da cadeia de suprimentos às expectativas dos clientes, para gerar valor não só ao cliente e à organização, mas a todas as partes interessadas, tendo enquanto alicerce a Gestão de Riscos.
Nesse sentido, entende-se que para gerir riscos é necessário um maior empenho empresarial, onde a liderança se comprometa com a qualidade de seus produtos e serviços, com o direcionamento de ações efetivas em um estilo gerencial mais eficiente, utilizando-se do compliance para mitigar riscos, diminuir custos e concentrar esforços em melhorias concretas.
A gestão de risco significa trabalhar no sentido da melhoria contínua. A ação corretiva corresponde a um risco não identificado, erroneamente qualificado ou mal gerido. A ação preventiva se antecipa à efetivação do risco.
Os principais benefícios da atualização para ISO 9001:2015 foram a ênfase no engajamento e responsabilidade da liderança, a gestão de riscos como alicerce para a melhoria da qualidade, a harmonização da linguagem e a melhor efetividade no supply chain management.
A abordagem por processos, inserida nesta revisão, contempla de modo explícito os conceitos de eficácia (atender as exigências do cliente) e eficiência (atender as expectativas do acionista e partes interessadas) da organização ao atingir os resultados pretendidos. Textualmente, a ISO 9001:2015 mantém a abordagem de processos e o PDCA (Plan-Do-Check-Act / Planejar-Executar-Controlar-Agir) que continua sendo seu pilar fundamental.
Estrutura básica com 10 elementos, estabelecendo uma sequência de itens alinhados com o ciclo PDCA, possui textos harmônicos para as diferentes aplicações (qualidade e ambiental, por exemplo), o que facilita substancialmente a integração de diferentes sistemas gerenciais.
A importância dada ao contexto em que se insere a organização certificada e às partes interessadas, é confirmada pela inclusão de duas novas cláusulas que exigem análise e consideração do contexto em que se insere a organização e a compreensão das expectativas das partes interessadas.
O conhecimento se tornou essencial para o sucesso no desenvolvimento empresarial, a nova norma considera o conhecimento como qualquer outro recurso, que tem de ser gerenciado para antecipar as alterações das necessidades de conhecimento e gerir o risco de não adquirir conhecimento em tempo útil.
Conclui-se que as alterações implementadas na nova versão da norma foram, dentre outras revisões menos relevantes, teve o propósito de dar foco no comprometimento da liderança, nos resultados empresariais e no gerenciamento de riscos para clientes, acionistas e partes interessadas.
Vale ressaltar sobre o controle dos prazos de validade do certificado emitido, segundo a Norma ISO 9001:2008. Segue quadro ilustrativo:
Período de transição: três anos a pós a publicação da norma.
Caso não seja efetuada a atualização do Sistema de Gestão da Qualidade para a versão vigente, neste período, o certificado perderá a validade. Assim, os certificados serão válidos até 2018.
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Autores:
Fátima Duarte – fduarte@mestraconsultoria.com.br
Anibal Araújo – aaraujo@mestraconsultoria.com.br
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